A macrodrenagem e a mobilidade na cidade

A macrodrenagem e a mobilidade na cidade

Recentemente tive oportunidade de me manifestar a respeito da eliminação de várias pontes nas obras da macrodrenagem na avenida Antônio Paschoal, quando disse que, na minha opinião a eliminação de pontes irá prejudicar em muito o trânsito na nossa cidade.

E é fácil deduzir, basta lembrar que o número de veículos em circulação aumenta a cada dia e o espaço viário permanece o mesmo. Aliás, com essa obra o espaço viário está diminuindo, ao contrário do que precisaria acontecer. Fato que se constata no exagero na largura do leito do córrego, inclusive com a eliminação do passeio que tinha em suas margens.

Acho que uma engenharia feita diferente com relação ao leito do córrego, não teria excluído o passeio e nem estreitado a largura da via pública, assim como aconteceu em Ribeirão Preto.

Não sou engenheiro, mas entendo que sempre ao se construir uma obra pública há que se pensar no pedestre de um modo geral e também no trânsito de veículos dentro de uma cidade. Pois a não ser dessa forma, no futuro os pedestres e deficientes não terão mais espaço para sua mobilidade tranquila na área urbana e os veículos provocarão cada vez mais congestionamentos.

O leitor pode verificar que o passeio que sempre existiu à margem do córrego está sendo eliminado, o que é uma pena, pois a calçada mesmo estreita como era, mas bem feita até embelezaria mais a cidade, além de servir aos pedestres. Além do mais, o que se vê é o leito carroçável da avenida sendo mais estreitado e restringindo mais ainda o espaço para os veículos transitarem e estacionarem.

Enfim, as várias pontes que estão sendo eliminadas, sempre viabilizaram um trânsito melhor e menos congestionado dentro da cidade, o que não vai mais acontecer com a eliminação das mesmas, pois a meu ver, a tendência é haver piora nesse sentido, contrariando o que foi feito pela engenharia há muitos anos atrás que já previa a sua necessidade.

Não bastasse os males ditos acima, que vão resultar com essa obra, ainda há o prejuízo da eliminação das passarelas existentes ao longo de toda avenida, as quais, muito úteis aos pedestres para a sua travessia, uma vez que a movimentação destes tem que ser respeitada, principalmente em sendo o local área central da cidade e muito movimentada por pedestres e veículos. E no entanto, o que se conclui é que nada disso foi pensado e considerado.

Outro ítem importante que até aqui não se sabe se vai ser feita a colocação de cerca que margeia o córrego em toda a extensão da obra, uma vez que, sendo excluído o passeio e tendo o trânsito dos veículos ficado muito próximo do leito do córrego, vê-se que a sua colocação é fundamental por medida de segurança.

Sabe-se que essa obra tem o apoio do governo federal através do programa conhecido como o famoso PAC, que também a meu ver, foi plano do governo federal tê-lo como meio de criar mais popularidade para si e mais um motivo para auxiliá-lo a manter-se sempre no poder e, no entanto, o que se vê são os noticiários divulgarem a péssima situação das finanças do nosso país.

Por outro lado é de se perguntar, seria necessário uma obra desse tipo para resolver o problema de eventuais e esporádicos alagamentos em determinados pontos da avenida na época das chuvas, que infelizmente, por coincidência, a cada ano parece que têm sido mais escassas.

A verdade é que, o objetivo da obra vai ser conseguido, que é o de evitar alagamentos na avenida, mas por outro lado, trouxe os mencionados prejuízos para uma melhor e mais adequada mobilidade urbana para veículos e pedestres para os dias atuais e para o futuro.

 

Eduardo Antônio Maggio é advogado e autor do livro “Manual de Infrações, Multas de Trânsito e seus Recursos”, já em 7ª edição.


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