A Paixão de Cristo analisada por um médico católico

A Paixão de Cristo analisada por um médico católico
Foto: Aleteia / Divulgação

Ele tenta identificar a causa da morte de Jesus com base nos conhecimentos da Medicina moderna

 

O médico católico Timothy Millea examinou as últimas 18 horas da vida de Jesus e a tensão a que seu corpo foi submetido durante a Paixão e Crucificação. O cirurgião católico determinou, a partir dos relatos dos Evangelhos e das imagens do Sudário Turim – supostamente a mortalha de Cristo – que a causa mais provável de sua morte foi a perda de sangue. As informações foram dadas em uma palestra nos Estados Unidos.

O Catholic News Service relata que, de acordo com o médico, o corpo humano contém cerca de 5 litros de sangue, e que perder apenas 40% deste volume o coloca em risco de choque hipovolêmico, uma condição com risco de vida. Depois de uma noite inteira de espancamentos, flagelação e sua derradeira Crucificação, Jesus provavelmente tenha ultrapassado esse limiar.

“Cristo se esvaziou. Como cirurgião, digo que uma palavra deixa nosso cabelo em pé: sangrar. Se você não consegue parar um sangramento, não conseguirá manter o paciente vivo”, disse o doutor Millea.

“Algumas pessoas perguntam: Jesus realmente morreu de fatores físicos, ou ele – como Deus – disse: ‘OK, meu trabalho está feito’. Como ele viveu esse tempo é um dos maiores mistérios divinos”, acrescentou o cirurgião.

O médico explicou que seu interesse pelo assunto – a causa da morte de Cristo – surgiu quando ele leu um artigo de 1986 sobre a morte física de Jesus Cristo no Jornal da Associação Médica Americana. Em sua pesquisa sobre o assunto, descobriu que essa discussão vem ocorrendo desde o século XVI.

Depois de vários estudos, o cirurgião concluiu que o homem do Sudário de Turim pesava cerca de 79 quilos. Apesar de a tradição nos dizer que Jesus foi açoitado 39 vezes, para o especialista a imagem no Sudário exibe quase 400 feridas – e todas sangravam no dia da morte.

Os romanos provavelmente usaram um flagrum, um tipo de chicote feito de cordões de couro de 2 metros de comprimento com objetos de metal, vidro quebrado e bolas de chumbo. Cada golpe do chicote tinha o potencial de deixar dezenas de feridas. “Foi um meio diabolicamente eficaz de atingir os tecidos até a profundidade muscular”, disse Millea.

A coroa de espinhos também poderia ter provocado muitas feridas. “Toda vez que os soldados acertavam os espinhos, eles penetravam no couro cabeludo. Se você já teve um corte no seu couro cabeludo, você sabe que isso faz você sangrar como um louco”, lembrou o médico.

Sobre a cruz, Millea afirmou que Jesus provavelmente só estava carregando a trave, já que a cruz inteira seria muito pesada. Ele disse: “Você tem um homem de 79 quilos que foi espancado, está sangrando, não comeu, dormiu ou bebeu nada e vai conseguir carregar mais de 100 quilos? Ele caiu três vezes? É um milagre que ele não tenha caído mais”, acrescentou o especialista.

Mais perda de sangue ocorreu quando Jesus foi pregado pelos pulsos. Millea observa que os pregos não teriam sido passado pelas mãos, pois não seriam capazes de suportar o peso do crucificado.

Millea também lembrou que outros médicos e historiadores especulam que a morte de Cristo poderia ter sido causada por asfixia (porque a respiração era muito difícil na cruz) ou mesmo por um ataque cardíaco após passar por um trauma tão intenso durante tanto tempo.

Mas o cirurgião disse que a perda de sangue não é apenas uma explicação médica para a morte de Jesus, mas também uma explicação bíblica. Os cordeiros abatidos no Antigo Testamento podem ser uma referência a Jesus, pois a causa da morte dos animais era também a perda de sangue.

Por fim, ele descreveu os eventos da Paixão e Morte de Jesus como “uma história trágica, uma história horrível, uma história dolorosa”, mas ao terminar sua apresentação, o médico mostrou uma imagem do Cristo ressuscitado, lembrando ao público que “essa história não termina como nós terminamos esta apresentação nesta noite”.

 

Fonte: Aleteia


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