Bosque Zoo Fábio Barreto consegue êxito na junção de elefantas

Bosque Zoo Fábio Barreto consegue êxito na junção de elefantas
Foto: Alexandre de Azevedo

24/06/2020

O processo de junção das elefantas Maison e Bambi, que prevê a convivência das duas num mesmo recinto do Bosque e Zoológico Dr. Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, segue progredindo com êxito. Os animais estão dividindo o mesmo espaço desde o início da pandemia, em meados de março, sem qualquer intercorrência.

“Elas estão amparadas por duas cercas de proteção, uma que assegura a parte frontal do recinto, onde fica o fosso, e outra que divide o recinto ao meio para facilitar o manejo. Os procedimentos adotados foram orientados pela AZAB (Associação dos Zoológicos e Aquários do Brasil), seguindo parâmetros técnicos e legais. O próximo passo será retirar a cerca que as separa e dar continuidade à integração entre elas”, explica Alexandre Gouvêa, diretor e zootecnista do Bosque Zoo.

De acordo com a presidente da AZAB, Claudia Igayara, as recomendações feitas pela associação consideram o bem-estar de Maison e Bambi e visam ao convívio entre elas para que possam interagir, já que elefantes são animais que vivem em grupos. “Orientamos uma aproximação com cautela e cuidado, após as alterações feitas no recinto. Vemos com satisfação que está dando certo, sabendo que é um processo bem complexo. O acompanhamento que elas recebem também é necessário, pois são animais de idade e isso garante que vivam melhor. Além disso, a convivência facilita o manejo. É um trabalho em conjunto e tem tido resultado positivo, com o objetivo comum de oferecer maior qualidade de vida aos animais”, explica Claudia.

As elefantas passaram a maior parte de suas vidas em circos e chegaram ao zoo em datas e circunstâncias distintas. Maison, que tem 48 anos de idade, veio para o bosque em 2011, doada pelo proprietário do Circo do Biriba, Carlos Antonio Spíndola. Já Bambi, que tem 58 anos de idade, veio do zoológico municipal de Leme, após passar a vida no circo Stankowich.

No zoo de Ribeirão Preto, elas recebem todo o cuidado necessário para a manutenção da saúde, como alimentação balanceada, hidratação, enriquecimento ambiental e acompanhamento veterinário. O recinto onde convivem tem área total de 1.500m², tanque de 200m² com profundidade de 2m e conta com autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente para o manejo de até dois elefantes.

“A saúde delas está estável, passam por exames e acompanhamento médico veterinário regularmente. A alimentação é balanceada e adequada à espécie, com dieta baseada em alfafa, capim, cana de açúcar, ração equina e fruta como enriquecimento alimentar. Elas têm água à disposição 24 horas e os alimentos são oferecidos várias vezes ao dia. Chegam a comer entre 100 e 150 quilos diariamente cada uma”, esclarece o médico veterinário e encarregado do Bosque, César Branco.

Sobre uma possível transferência para outro empreendimento, a bióloga Marisa dos Santos, que há 26 anos atua no Bosque Zoo, desaconselha a medida, considerando a idade avançada dos animais e suas peculiaridades, como o caso de Bambi, que é cega de uma vista e tem problemas de dentição.

“Ela passou a vida toda em circo e depois em zoológico. É um animal muito idoso e tem um cuidado especial na sua alimentação, com comida que não seja muito dura para não prejudicar ainda mais sua dentição. Ela se sente segura perto de pessoas. Ser transferida sozinha, nessa idade, sem nenhum tipo de treinamento e ser submetida a uma longa viagem seria fator de estresse muito grande a um animal que está adaptado num lugar, que reconhece seus cuidadores e tem tratamento especial de alimentação. Aqui ela também recebe enriquecimento ambiental com atividades para se exercitar e para agradá-la, uma série de cuidados para o bem-estar animal que talvez se percam num ambiente em que ela se encontre sozinha e venha a sofrer muito”, orienta a bióloga.


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