Sertãozinho se destaca frente à média nacional de partos normais no SUS

Sertãozinho se destaca frente à média nacional de partos normais no SUS
Crédito: Adilson Lopez

Uma boa notícia sobre a saúde em Sertãozinho: a cidade vem registrando um número expressivo de partos normais no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, dados referentes a 2014 apontam que o município atingiu uma média 63,4% partos normais e 36,6% de cesarianas na rede pública, contra 85% de cesáreas em sua rede privada.

Em comparação, o número de partos em âmbito nacional traduz indicadores de cesáreas nas proporções de 84% na Rede Suplementar (Convênios) e 40% no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na cidade, são registrados cerca de 1700 nascimentos por ano, contabilizando apenas as parturientes residentes; porém, o número chega a 2000 bebês, incluindo pacientes de outros municípios da região, para os quais a cidade é referência em parto de risco. No total, em 2014 foram realizados 1747 partos.

Mas o que levou o município a se destacar frente à média nacional? De acordo com a secretária de Saúde, Rita Montenegro, um grande diferencial é o trabalho de humanização prestado às gestantes, que inclui acompanhamento integral à saúde das mesmas e abrange todos os aspectos que envolvem o período da gravidez. “O pré-natal é importante para a orientação e conscientização da gestante, que deve estar preparada para os sinais do nascimento. E para acompanhar a gestação e incentivar o parto normal, o SUS, desde o ano de 2004, tem médicos obstetras que trabalham 24 horas em sistema de plantão, e estão ligados à atuação do Comitê de Investigação de Óbitos Materno Infantil do Município de Sertãozinho, além de representarem ações do Pacto pela Saúde e da Humanização do Parto”, explica.

Ainda de acordo, com a secretária da pasta, as cesáreas, em muitos casos, são programadas para proporcionar maior comodidade à mulher, e o número dessa modalidade de parto tem aumentado, cada vez mais, nas mulheres com faixa etária entre 30 e 35 anos. “O Ministério da Saúde preconiza a taxa de 15% para cesariana, mas isso não se aplica à realidade, já que a avaliação médica e a evolução do parto vão determinar sua finalização. Por isso, algumas ações envolvendo profissionais de saúde são essenciais para mudar esta realidade, como aumentar os níveis de saúde, diminuir consequências tardias com relação às complicações decorrentes da prematuridade e inverter os indicadores muito baixos de mães que amamentam seus filhos no peito até os seis meses, exclusivamente”, analisa.

Neste contexto, também é importante destacar que, desde abril do ano passado, o município faz parte da “Rede Cegonha” (programa do Ministério da Saúde), e recebe um incentivo financeiro de R$ 74 mil por mês, que é repassado de forma integral à Santa Casa, com o objetivo de incentivar a melhoria das condições para o parto e o atendimento ao recém-nascido.

Para a secretária, a tendência é de que os índices de partos normais melhorem ainda mais no município, principalmente na rede privada de saúde, assim que uma resolução normativa do Ministério da Saúde entrar em vigor. “Trata-se da RN 368, que dispõe sobre o incentivo à realização de partos normais, em detrimento da alta taxa de cesarianas detectadas no país. Sem dúvida, a resolução será uma aliada no processo de conscientização da população sobre o parto normal”, comenta Rita.

Parto normal. Por que optar por ele?

Segundo o ginecologista e obstetra da rede municipal de saúde, Dr. Luís Orlando Matiazzo Ré, o parto normal deve ser prioridade sempre, pois é mais seguro para a mãe e o bebê. “Infelizmente, no Brasil existe o conceito de que a cesariana é uma boa opção. Muitas mulheres não levam em conta que, no parto normal o risco de morte para o bebê é quatro vezes menor do que na cesárea, assim como o risco de morte materna é 24 vezes menor. É importante frisar que, a recuperação do parto normal é praticamente imediata, facilitando para a mãe realizar os cuidados com o bebê; a descida do leite acontece rapidamente, diminuindo os riscos de distúrbios alimentares no bebê; a alta hospitalar é mais precoce e o risco de complicações, como dores e infecção, são menores. Além disso, o parto normal, quando bem assistido, por um profissional experiente, não afeta a saúde íntima da mulher”, esclarece.

Saiba mais sobre Resolução Normativa (RN) 368 de 06/01/2015

A (RN) 368 entrará em vigor em 180 dias, ou seja, a partir de 06/07/15, e é fruto de consulta pública aliada à ANS (Agência Nacional de Saúde), implicando em algumas exigências como:

1 – As consumidoras (gestantes) poderão solicitar o percentual de partos por estabelecimento/médico e por operadora, e deverão ter acesso aos dados no prazo de 15 dias sob multa;

2 – O cartão da gestante deve ser fornecido em padrão definido pelo Ministério da Saúde (MS), com dados obrigatórios, incluindo informações e orientações do processo gestacional e do parto. Com isso, a gestante terá histórico que permitirá ser atendida onde estiver, com dados de resultados de todos os exames e evolução da gravidez;

3 – Partograma Obrigatório – Registro gráfico de todas as ocorrências que comprovarão as evidências do monitoramento do trabalho de parto, além da real necessidade de intervenção cirúrgica (cesariana) e sua indicação. Ele registra passo a passo a dinâmica do parto e será pré-requisito para pagamento do procedimento.


Fonte: Assessoria de Comunicação PMS
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