Bebida alcoólica: prazer, comunhão ou pecado?

Bebida alcoólica: prazer, comunhão ou pecado?
Foto: Divulgação | Aleteia

Entenda o que dizem as Escrituras sobre a bebida alcoólica e saiba quando beber se torna ocasião para o pecado

 

20/10/2021

Os cristãos podem ingerir bebida alcóolica? Ou o álcool está associado ao pecado? Por que Jesus bebia vinho? O que diz a Bíblia a respeito disso?

Vamos tentar responder a estes questionamentos.

 

O vinho na Bíblia

As Escrituras têm passagens que parecem reprovar ou restringir o consumo do vinho. Veja alguns exemplos:

– “Ai daqueles que desde a manhã procuram a bebida, e que se retardam à noite nas excitações do vinho!”(Isaías 5,11);

– “O que ama os banquetes será um homem indigente; o que ama o vinho e o óleo não se enriquecerá”(Provérbios 21,1).

O próprio Jesus foi atacado pelos puritanos por consumir vinho, conforme podemos ler no Evangelho de São Mateus:

“Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!”
(Mt 11,19)

Por outro lado, há trechos da Bíblia que parecem associar o vinho fermentado à dignidade, passando a ser usado, inclusive, em sacrifícios no Templo pelos sacerdotes. Veja esta passagem:

“A libação será de um quarto de hin para cada cordeiro; é no santuário que farás ao Senhor a libação de vinho fermentado”.
Números 28,7)

 

Embriaguez
A Bíblia ainda condena a embriaguez provocada pelo vinho:

“Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito”.
Efésios 5,18 

Outra passagem:

“Mas também estes titubeiam sob o efeito do vinho, alucinados pela bebida; sacerdotes e profetas cambaleiam na bebedeira. Estão afogados no vinho, desnorteados pela bebida, perturbados em sua visão, vacilando em seus juízos”.
Isaías 28,7

Inferimos, portanto, que as Escrituras se referem ao consumo da bebida de duas formas. Primeira: de forma equilibrada, é condizente com fruto do trabalho humano. Segunda: em excesso, a bebida alcoólica atrai desgraças e altera o comportamento.

 

As Bodas de Caná
Impossível falar em referências ao vinho na Bíblia sem citar o milagre das Bodas de Caná, em que Jesus transformou a água em vinho (João 2,1-11).

O site Ide+ traz uma análise sobre essa passagem:

“Percebemos que Jesus não apenas multiplicou o vinho para manifestar sua glória, mas também ofereceu o melhor vinho possível para os convidados, representando a alegria que Deus deseja multiplicar em nosso coração com a manifestação do Messias, mas também a multiplicação do amor de Deus na Terra. Esse acontecimento é tão significativo, que a simbolização que o vinho comunica nunca foi retirada da celebração da ‘Ceia do Senhor'”.

 

Bebida alcoólica: uma questão de equilíbrio
Com base nas Escrituras e no que diz a Igreja Católica, como devemos analisar o consumo de bebida alcoólica pelos cristãos?

Em artigo no site A12, o Pe. Felipe Peligrinelli Duarte ensina que tudo é uma questão de equilíbrio:

“Vamos com calma. Uma coisa é tomar e se divertir de maneira sóbria e equilibrada. Outra, bem diferente, é ‘perder a linha’ e cair no pecado da gula, isto é, na desordem do apetite sensível, na falta de bom senso, no apego ansioso e descontrolado pelo prazer da comida e da bebida. Há uma enorme diferença entre beber com moderação e em ocasiões especiais, e o desequilíbrio emocional, a perda de consciência ─ ficar bêbado ─, a dependência, o gerar escândalo.”

E quando beber se torna ocasião de pecado? O Pe. Felipe tem a resposta:

“Quando perdemos a virtude, o autocontrole; quando a busca desenfreada e ansiosa pelo prazer vira critério absoluto das nossas decisões; quando perdemos, portanto, a sobriedade, a caridade e o bom senso.”

 

Conselhos
Então, para evitar o pecado causado pela bebida, o sacerdote dá alguns conselhos:

“Se beber pode levar você ao pecado, procure não entrar em tentação, evite a ocasião. Se, em uma determinada situação, beber pode gerar algum tipo de ‘escândalo’ para um irmão mais fraco no assunto, por caridade, evite beber na frente dele, por exemplo.

No entanto, comer bem, beber com moderação, e divertir-se de maneira saudável, não é só legítimo, mas também um belo sinal de amizade e comunhão entre nós. Não por acaso, o Céu é muitas vezes comparado com um Banquete.”


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