Patrimônio de Ribeirão Preto ilumina fachada no mês Janeiro Roxo

Patrimônio de Ribeirão Preto ilumina fachada no mês Janeiro Roxo
Teatro Pedro II ilumina fachada de roxo em alusão ao mês de conscientização sobre a hanseníase | Divulgação

03/01/2022

O Theatro Pedro II de Ribeirão Preto, terceiro maior teatro de ópera do Brasil, entra na campanha “Todos contra a hanseníase”, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), durante o mês Janeiro Roxo, dedicado a ações de conscientização sobre a hanseníase. A doença está na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) e os especialistas alertam para a endemia oculta de hanseníase no país. A fachada do teatro ficará iluminada de roxo até o dia 10 de janeiro.

Para Nicanor Lopes, presidente da Fundação D. Pedro II, mantenedora do Theatro Pedro II, “é importante utilizarmos as ferramentas disponíveis para orientar a população sobre questões de saúde pública e o Pedro II é um instrumento cultural, educativo de inclusão e transformação social”.

“A utilização de um patrimônio cultural de tamanha importância na campanha ‘Todos contra a hanseníase’ acontece em um momento em que Ribeirão Preto registra aumento significativo de diagnósticos de hanseníase e a participação da sociedade civil em campanhas educativas é uma colaboração essencial no processo de aumento de diagnósticos para que consigamos chegar ao controle da doença na localidade”, diz o presidente da SBH.

Janeiro Roxo

O Brasil é o 2º país com mais casos de hanseníase, perdendo para a Índia, que tem o maior número de notificações. Anualmente, são registrados cerca de 30 mil novos casos da doença – a título de comparação, é praticamente o mesmo número de casos de HIV e AIDS notificados no Brasil a cada ano.

Segundo o médico dermatologista e hansenólogo, Claudio Salgado, presidente da SBH, existem de três a cinco vezes mais casos de doentes de hanseníase no Brasil sem diagnóstico. Isso porque o bacilo causador da hanseníase afeta os nervos e os sinais são confundidos com os de doenças como infarto, diabetes, problemas ortopédicos, artrite, artrose, fibromialgia, trombose etc. O diagnóstico é clínico e o médico avalia vários sinais e sintomas no paciente, podendo solicitar exames adicionais.

O presidente da SBH alerta que é preocupante o índice zero ou próximo a isso de novos diagnósticos em inúmeras localidades brasileiras. “O Brasil um país de alta endemicidade para a hanseníase e a falta de diagnóstico em muitos municípios implica em pacientes não descobertos, transmitindo a hanseníase. É o que caracteriza a endemia oculta”.

Na grande maioria das vezes, o paciente chega com relato de dores no corpo, formigamento ou dormência nos pés ou braços. As manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele e que já apresentam diminuição de sensibilidade ao frio, ao calor, ao toque ou mesmo à dor, sinal importante da doença, não foram avaliadas nas inúmeras visitas anteriores a serviços de saúde públicos ou particulares. Os pacientes, geralmente, estão com hanseníase agravando dia após dia e transmitindo a seus comunicantes há vários anos – o paciente em tratamento regular não transmite mais a doença.


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