Qual é o significado dos principais elementos do presépio?
Havia mesmo um burro? Era mesmo um estábulo? Um olhar detalhado sobre um presépio tradicional e os elementos que o compõem
25/12/2022
Qual é o significado dos elementos típicos de um presépio tradicional? Será que havia mesmo um burro? Será que era mesmo um estábulo?
Desde que São Francisco de Assis criou o presépio, várias culturas em todo o mundo deram a sua própria contribuição a essa belíssima tradição do Natal.
No entanto, todas essas culturas preservam elementos comuns que evocam aspectos chamativos da história da Natividade do Filho de Deus.
Vejamos os principais personagens e elementos que se posicionam ao lado de Jesus recém-nascido – considerando, é claro, que o protagonista é o próprio Menino Deus:
Estábulo ou gruta
São Lucas explica que Maria “deu à luz o seu filho primogênito e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (cf. Lucas 2,7).
A passagem não menciona um “estábulo” como o conhecemos na tradição ocidental, pois historicamente os animais eram abrigados em grutas. Durante grande parte da história da Igreja, as representações do nascimento de Jesus destacaram uma espécie de caverna – e é por isso que alguns presépios mantêm essa tradição.
Contudo, os artistas cristãos acabaram representando o nascimento de Jesus num contexto mais próximo das suas próprias culturas, e foi assim que surgiu a imagem do estábulo no presépio.
O burro
Não há qualquer menção a um burro nos relatos bíblicos sobre o nascimento de Jesus, mas um documento antigo chamado Proto-Evangelho de Tiago diz que José colocou Maria sobre o lombo de um burro para ajudá-la a fazer aquela viagem longa. Os burros, afinal, eram um meio de transporte comum na época e, devido à distância, é plausível que tenha mesmo sido utilizado. É por esta razão que o burro costuma estar presente nos presépios: não se trata de um animal que já estivesse na gruta, mas sim daquele que teria transportado a Mãe de Deus – e o próprio Deus que ela trazia em seu ventre.
O boi
Vem de outro documento extra-bíblico o relato de que haveria um boi na gruta em que nasceu Jesus. Esse relato provavelmente deriva de um texto do profeta Isaías, que escreveu: “O boi conhece o seu dono, e o jumento o berço do seu dono; mas Israel não sabe; o meu povo não compreende” (Isaías 1,3). Esta passagem ressalta que até os animais sabem quem é o Senhor, mas o ser humano rebelou-se contra Ele.
Maria e José
As duas figuras principais do presépio ao lado de Jesus são representadas geralmente de joelhos em frente à manjedoura onde o Menino Deus está deitado. Eles estão em oração e profundamente maravilhados com o mistério que se desdobra perante eles.
Os pastores
Seguindo a narrativa bíblica, os pastores são uma característica essencial de qualquer presépio e correspondem à passagem de Lucas 2,15-16, que diz que os pastores convidaram uns aos outros a ir até Belém e ver “o que o Senhor nos deu a conhecer”. Eles foram “com pressa” e lá “encontraram Maria e José e o Menino deitado numa manjedoura”.
Os anjos
Embora não sejam explicitamente mencionados na cena do presépio, os anjos se manifestam aos pastores e proclamam “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”! (cf. Lc 2,13-14).
Os três reis magos
Mateus descreve que os magos do Oriente foram visitar Jesus e, embora o número não seja especificamente mencionado na narrativa bíblica, a tradição de que fossem três se baseia no número de presentes dados: “entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes, ouro, incenso e mirra” (Mateus 2,11).
Elementos adicionais
Em vários países, outros elementos são incluídos no presépio tradicional.
Na Itália, o presépio pode incluir uma aldeia inteira com inúmeras pessoas cuidando dos seus afazeres. A arquitetura é frequentemente medieval, período bem diferente do de Jesus, mas salienta que Ele nasceu para todos e não para uma época apenas.
Na Polônia, a “szopka” apresenta uma catedral ornamentada, em estilo gótico. Mais uma vez, a ênfase está no fato de que o nascimento de Jesus não foi apenas um episódio histórico pontual, mas o grande acontecimento que permanece para todas as eras e em todos os corações.
FONTE: ALETEIA
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