Saiba como proteger seu pet do medo de fogos e rojões neste fim de ano
30/12/2022
A proximidade do Réveillon é motivo de festa e alegria para a maioria das pessoas. Porém, para quem tem animais de estimação, o momento da virada é uma verdadeira tortura. Isso porque grande parte dos bichinhos têm medo e podem não reagir bem aos sons produzidos por rojões e fogos de artifício com estampido.
De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente por uma rede de e-commerce voltada para pets, 85% dos bichos têm medo dos sons dos fogos. Isso acontece porque os pets são extremamente sensíveis a barulhos estridentes.
“Ao escutar um som muito alto, alguns animais apresentam quadros de fobia que podem, inclusive, resultar em ansiedade, tremores, taquicardia (aumento da frequência cardíaca), vocalização excessiva (choros, latidos e uivos) e até mesmo óbito, em casos extremos”, explica a médica veterinária responsável pela Vetlife Centro de Saúde Animal, Mariane Vaz Bisson.
A Yorkshire Belinha, de 15 anos, foi uma das vítimas fatais dos efeitos nocivos dos estampidos dos fogos. Em junho deste ano, mesmo com o amparo de seus tutores, a cachorrinha teve uma crise de pânico devido à quantidade de artefatos explosivos que foram soltos em uma festa junina promovida por vizinhos, e não sobreviveu, como conta seu tutor, o ator e jornalista Bruno Perticarrari: “ela teve uma crise de pânico, ficou extremamente assustada com os barulhos e passou a não nos reconhecer mais. Buscamos atendimento veterinário, mas ela teve uma parada cardíaca e não resistiu. É muito triste e de certa forma revoltante essa sensação de impotência frente à perda de um verdadeiro amor nas nossas vidas. Infelizmente, Belinha não foi a única e nem será última, porque falta fiscalização por parte das autoridades”.
O que fazer para acalmar seu pet?
Se você já identificou que seu animalzinho tem medo excessivo dos sons produzidos pela soltura de fogos e rojões, em primeiro lugar, esteja sempre junto dele e redobre a segurança com o fechamento de portões que dão acesso à rua. “Mesmo na presença do tutor, o animal sente que está em perigo e pode tentar escapar. Essas fugas podem ocasionar sérios acidentes, como atropelamentos e até óbitos”, alerta a profissional, que completa: “dentro de casa, permita que seu animal escolha um local onde ele se sente mais confortável e seguro, e feche portas e janelas para abafar o som. Procure transmitir segurança e tranquilidade, pois os pets tendem a observar o comportamento dos tutores, e isso reflete diretamente na reação deles”.
Outra opção é tentar distrair o animal com brinquedos, porém, é importante lembrar que a vontade do pet deve prevalecer. Se ele se sente confortável em determinado canto da casa, ou prefere ficar escondido, apenas esteja presente e dê o carinho que ele precisa, sem forçar nenhuma ação.
Legislação
A Lei nº 17.389/2021, sancionada pelo Governo de São Paulo, proíbe a queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifícios e de artefatos pirotécnicos com estampido no estado de São Paulo. A venda e queima dos fogos que não emitem sons são liberadas.
O descumprimento da Lei por infratores individuais pode acarretar multa de R$ 4,3 mil. No caso de empresas, as mesmas podem ser multadas em até R$ 11,6 mil. Em caso de reincidência, a penalização dobra.
O combate ao uso de fogos de artifícios nos centros urbanos é muito importante para manter o bem-estar dos animais, idosos, crianças e também de pessoas com necessidades especiais, como os autistas, por exemplo.
Cidades como Pindamonhangaba, Macapá, Campo Grande, Goiânia, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife também já aderiram à proibição de fogos com efeito sonoro.
Em Sertãozinho, a Lei Municipal nº 6.628/2019 proíbe apenas a queima e a soltura de fogos em eventos promovidos pelo Poder Público. Nesta semana, inclusive, a Prefeitura já divulgou em suas redes sociais oficiais que o show de fogos de artifício, na virada, será com artefatos sem estampido.
É importante lembrar que além do barulho, os fogos também podem causar incêndios em áreas onde há vida silvestre, afetando muito a saúde desses animais, podendo provocar queimaduras e até a morte.
O recado que fica é que haja a comemoração, porém com responsabilidade e empatia.
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