Só Deus sabe o tamanho do sacrifício que é ser mãe

Só Deus sabe o tamanho do sacrifício que é ser mãe

Mãe é um ser que transcende a própria vida. É capaz de esvaziar-se, esquecer suas fraquezas e necessidades, e lutar contra tudo que ameaçar a sua maior razão de viver: seus filhos

08/05/2021

Uma palavra tão pequena e comum que enche de poesia a alma humana… Sempre agradável aos ouvidos e ao coração. Tal o ser que nomina. A mãe povoa, embeleza, enaltece as composições literárias, musicais, teatrais, e tudo que é obra de arte. De sublime doçura, motivação que inspira sentimento singular. Ela encarna o verdadeiro amor. É como diz a canção:

“Mãe é uma só que a gente tem no mundo.

Mãe é o amor mais puro e mais profundo“.

MÃE é colo, é alegria, é segurança, é paz, é certeza, é plenitude… Presença tão forte que, mesmo ausente, é capaz de preencher o vazio com lembranças tão doces que produz uma saudade alegre, diferente de qualquer outra.

Ser mãe é vocação

Uma vocação divina. Um ser que transcende a própria vida. Capaz de esvaziar-se. De esquecer suas fraquezas e necessidades, e lutar contra tudo que ameaçar a sua maior razão de viver, aquele, aquela que gestou, que amamentou, e cujo crescimento acompanhou vigilante. Muitas vezes em condições mínimas, mas com gozo supremo. Resumindo (nos versos do escritor maranhense Coelho Neto):

“Ser mãe é andar chorando num sorriso!

Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!

Ser mãe é padecer num paraíso!"

Ser mãe é levar uma vida de esforços sobre-humanos, só Deus sabe o tamanho do sacrifício… Feliz por ver o filho crescer, inserir-se… Mas chega, mais cedo ou mais tarde, a hora já sabida, intimamente não desejada: vê-lo voar em busca de outro colo, de outros temperos, construir o próprio ninho… “Deus te abençoe, meu filho! Que seja feliz!” Ah, que o Senhor não permita ser-lhe tirada de vez sua filha querida… sua melhor confidente… Mas, afinal, conhece por experiência, e intuição – este sentido que é lhe característico –, o pensamento do grande filósofo libanês Khalil Gibran:

“Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Vêm através de vós, mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.“

A dor de ser mãe

Mãe é dor, é sofrimento… E para muitas dessas sublimes criaturas, o paraíso está longe, muito longe, pelo menos neste mundo insano e desigual. Quantas delas, com a alma dilacerada, veem-se forçadas a entregar a outra (feliz) família o seu próprio rebento! Quantas, outrora tão fortes, tão úteis, hoje acumulando anos, abandono e cansaço, aguardam, dias, meses… Quantos suspiros, o tempo se arrastando… Enfim chega o dia. Arrumam-se, penteiam-se, ansiosas… Qual o quê?! A mesma pressa e frieza. Esperanças frustradas mais uma vez. Mas desculpam sempre, sem revolta: “Ela tem muito o que fazer! Coitadinho… é muito trabalho…

Há as de menor sorte. O sonho de rever seu garoto, sua princesa, pelo menos uma vez antes de partir desta, vai-se desfazendo como as nuvens (que antes contemplava brancas e brincalhonas). Como estará, meu Deus? Por que não aparece? Uma notícia sequer… Pra este caco de mãe ir em paz… É o sonho, felicidade superada apenas pelo momento em que viu nascer o fruto de seu amor, grande, ou não, mas a coisa mais linda e mais querida deste mundo…

O exemplo de Gianna Beretta Molla

Para a mãe, os filhos têm sempre a primazia, seja o primeiro, o segundo, o terceiro, ou o último de uma ‘escadinha’ de muitos degraus…. Que belo o exemplo de Gianna Beretta Molla, a santa italiana que viveu no século XX, devotando-se entre o matrimônio, a maternidade e a profissão (médica). Na gestação do quinto filho, foi detectado um fibroma no seu útero. Fez a cirurgia com sucesso, mas tendo advertido ao médico que preservasse a vida de seu filho. E antes do parto continuou com sua serena determinação: “Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma hesitação: escolhei – e isto o exijo – a criança. Salvai-a.” Efetivamente, Joana Manuela nasceu, e continua viva. Poucos dias depois, a mãe não resistiu, e em meio a grande sofrimento, repetindo a jaculatória “Jesus, eu te amo, eu te amo”, falece, aos 39 anos. Era o ano de 1962, 23 de abril. Este é, pois, o dia da festa de Santa Gianna.

Para celebrar todas as mães, a rede social Hozana e a Comunidade Shalom propõem 9 dias de oração com Santa Gianna Beretta Molla pelas mães do mundo inteiro, sejam elas biológicas ou espirituais. Serão 9 dias para conhecermos melhor a história de Santa Gianna e pedirmos a sua intercessão rezando por todas as mães (clique aqui para participar).

Ser mãe: a virtude maior do ser humano

Ser mãe é a virtude maior do ser humano. O próprio Deus quis ter uma mãe, aqui entre nós. E, na sua bondade infinita, também a deu para toda as criaturas humanas. Dela vem a transcendência de todas as mães, ao mostrarem, em certas circunstâncias sabedoria e atitude supra-humanas. Ela, a senhora da Piedade, A Pietá (obra-prima de Michelangelo), que acolheu nos braços, seu filho Jesus, no sofrimento extremo da cruz.

Ah, que felizes somos, mais do que saudosos, por termos tido essa santa companhia… Muito mais felizes os que ainda gozam de sua ternura, seu olhar, seus cuidados! Afora, outras senhoras que, de tão bondosas, atraem o nosso bem-querer, e as tratamos como mães. A todas entoemos louvores. Ai, que bela a minha mãe! É a história que sempre se repete: Eu deveria ter tido muito mais cuidado, muito paciência contigo! Ter-te abraçado e ter-te beijado muito mais. Faltou-me dizer-te infinitas vezes aquele eu te amo! vindo do coração. Mas eu bem sei que já me perdoaste, pela bondade que recebeste dos Céus, de onde velas por mim. E, lembrando-me das tantas ‘modinhas’ que cantavas, segue, para ti, e para todas, esta pérola do nosso rico cancioneiro popular:

“Andei por todos os jardins

Procurando uma flor pra te ofertar

Em lugar algum eu encontrei

A flor… perfeita pra te dar.

Ninguém sabia onde estava

Essa flor mimosa perfeição

Ela se chama flor mamãe

E só nasce no jardim do coração".

Não, não é fácil definir este tema inesgotável… Contudo, não tenho dúvida em afirmar: Ser mãe é ser cocriadora da vida. Tal virtude confere-lhe um patamar superior entre os mortais seres humanos.

Bem, este trabalho, mais sentimento que literatura, e nada de ciência, está a anos-luz de prestar a merecida homenagem. Haja inspiração e talento para quem pretender consegui-lo. Mas, se minha mãezinha ainda estivesse aqui acharia uma perfeição… “Que coisa linda, meu filho!”, diria, com um sorriso de orelha a orelha. MÃE… É MÃE!

 

Fonte: Aleteia | Olímpio Araújo, do Hozana


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