SOLTOU O VERBO – Em entrevista, Serrão pede oportunidade para montar a próxima equipe do Touro

SOLTOU O VERBO – Em entrevista, Serrão pede oportunidade para montar a próxima equipe do Touro
Fim de jogo - Emocionado, Serrão cai no chão aos prantos [Foto: Luciano André / Sertãozinho FC]

01/04/2019

O Sertãozinho fez a lição de casa na tarde de sábado, dia 30/03, pela última rodada da primeira fase da Série A2 do Campeonato Paulista. A equipe de José Carlos Serrão, que precisava do resultado positivo diante da torcida, venceu o então vice-líder da competição, o Rio Claro, pelo placar de 1 a 0. O gol do Touro foi marcado por Lucas Oliveira.

Com o resultado, o Sertãozinho chegou a 17 pontos e terminou o campeonato em décimo lugar. O técnico José Carlos Serrão fechou a temporada com uma marca positiva. Desde que assumiu o time na quinta rodada, no dia 31 de janeiro, foram 11 jogos, sendo seis de invencibilidade.

No comando da equipe "o Mago" conquistou cinco empates, quatro vitórias e duas derrotas. Em casa, com Serrão, o Touro não perdeu nenhuma partida na competição. Foram seis jogos, com três vitórias e três empates.

Já o Sertãozinho em seus 15 jogos, teve quatro vitórias, cinco empates e seis derrotas. Foram marcados 16 gols pelo Grená. A defesa foi vazada em 19 oportunidades, saldo de menos três.

Emoção

A cada ano as lentes do repórter fotográfico Luciano André registra momentos inesquecíveis no Estádio Frederico Dalmaso.

Desta vez, foi no jogo da vitória do Sertãozinho diante do Rio Claro. O resultado salvou o Touro do rebaixamento. Entre tantas imagens, a mais impressionante foi a reação do técnico José Carlos Serrão após o apito final. Ele não aguentou a emoção e caiu no gramado aos prantos.

E não é pra menos. O treinador viveu a Série A2 de um jeito bem diferente de suas passagens pelo Touro dos Canaviais.

Há dez anos, por exemplo, ele chegava ao Sertãozinho [pela primeira vez] com tarefa de retornar o clube à elite do futebol paulista. Deu tudo certo, o Touro subiu.

Mas, por ironia do destino, ele regressa [pela sexta vez] ao clube, dessa forma, com objetivo inverso: salvar o Grenazão do rebaixamento.

O heroísmo fez José Carlos Serrão um dos técnicos que mais se identificou com o Sertãozinho. E por que não o chamar de “Salvador da Pátria”?

Para melhor entendimento, Serrão termina a Série A2 deste ano sem ser vencido na casa do Touro. Ele acumula acessos pelo clube e jamais experimentou o gosto amargo do rebaixamento. Coisa de ídolo. Coisa de mito. Valeu o choro!

Em entrevista após o duelo contra o Rio Claro, Serrão revelou momentos difíceis no Sertãozinho, porém, superados com trabalho. Ele conta ainda que foram dois meses de sofrimento e de sufoco até o clube escapar da temida zona da degola.

“Eu disse aos jogadores que a gente iria deixar o Sertãozinho onde pegamos. Tive uma herança ruim [assumindo a equipe na última posição], os jogadores estavam com baixa autoestima. Foram dois meses de sofrimento, não tive um dia de folga para “respirar” tranquilo. O Sertãozinho não pode mais passar por tanto sufoco como passou nesses últimos anos”, disse o treinador à Rádio Comunitária FM.

“Esse jogo [referindo à última partida do Grená na Série A2 deste ano] foi o mais importante da minha carreira. Imagine se o Sertãozinho fosse rebaixado em casa depois de tudo o que eu fiz aqui. Eu teria parcela de culpa, sim. Foi a pior situação que eu peguei nos últimos anos e talvez a da minha carreira”, comentou.

“Tenho um carinho especial pelo torcedor do Sertãozinho. Gostaria de ter um dia a oportunidade para montar um time, aí sim a gente pode ser cobrado de outra maneira. Completo sete passagens pelo clube, todas as vezes foi prometido que eu montaria o time, mas a diretoria é quem deve resolver, desabafou.


  • Imprima
    esse Conteúdo
  • Faça um
    Comentário
  • Envie para
    um amigo
  • Compartilhar
    o conteúdo
  •  
  •  
  •  
  •  
  •